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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Série: "Contos Assebolados"















Em Busca do Vinil Perdido


Por Carlos Roppo

Isso aconteceu em uma loja de livros e discos de vinil usados (sebo). Eram nove horas da manhã e o funcionário abria as portas da loja.

Do lado de fora, uma senhora aguardava a abertura, aparentando um pouco de pressa perguntou se o funcionário ia demorar pra abrir. O funcionário por sua vez, respondeu se poderia ajudá-la com alguma informação, pois havia percebido a aflição da senhora e realmente ele estava um pouco atrasado na abertura da loja.

“Olha moço, eu queria ver os discos. Eu posso ir dando uma olhada enquanto você termina de abrir?...” – perguntou a senhora.

“Tudo bem, mas o setor de discos fica no subsolo. A senhora pode me acompanhar, por favor?” – respondeu o funcionário.

Bem, lá foram eles até a escada que os levariam para o andar inferior. Lembrando que o funcionário não havia terminado de abrir toda a loja e o subsolo ainda se encontrava na escuridão.

Ele foi descendo as escadas com dificuldade, tateando as paredes procurando o interruptor para acender as luzes do andar.

E a senhora atrás dele.

Ele continuou descendo e sem sucesso em encontrar o interruptor.

E o lugar totalmente escuro!

Então a nossa impaciente senhora, indagou:

“Escuta moço, você não tem medo de descer neste lugar tão escuro?”

Nosso hilário funcionário não perdeu a oportunidade e respondeu:

“Bem, minha senhora... quando eu era vivo, tinha!”

Só sei que a senhora subiu correndo e tropeçando nas escadas, sem olhar para trás e segundo as más línguas, nem na frente da loja não passa mais.

Moral da história: Perde-se o cliente mas não se perde a piada!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Teu Semblante





És Linda...
teu semblante
flutua como as nuvens
me faz sonhar
vôo sem destino
desatino
vou até o terceiro céu
onde está Deus!

És Linda...
teu semblante
me renova
me empolga
Tu és, bálsamo!
esqueço da rotina
do labor...
com teu amor,
não sou súdito
mas Imperador!

És Linda...
teu semblante
com teu sorriso
por vários instantes
me faz gigante!
Não estou sozinho
neste caminho
porque estas ao meu lado
reluzindo como um brilhante
Teu semblante!

Por um só momento

Ando...
viajo...
Piso no céu
Piso na água
Piso no vento
Não conto o tempo
Te esquecer?
Não consigo...
Por um só momento!

Ando...
Por muitos lugares
lagares
mares
pomares
Vejo os olhares
Os andares
Se perdem no tempo
Só não te perco
Por um só momento!

quarta-feira, 21 de abril de 2010

O Livreiro e o Poeta

Por Carlos Roppo


Caminhava pela praia, o Sol estava para se pôr... senti alguém se aproximando como que tentado me alcançar.

Olhei para o lado... era um senhor, bem vestido, de paletó e chapéu.

- Yo Se que estás pensando! – gritou.

- Como? – respondi.

-Estás pensando nella... no sale de tu cabeza, no és?

- Y yo se que estás pasando, ya estube así también... Cuando estaba exilado, estaba lejos de my amada. Fue cuando escribi “Veinte poemas de amor y una canción desesperada”...

-...

- Porque no le escribes um poema?

- Não sei escrever poemas, senhor. Agora, também, não estou com cabeça pra escrever...

- My hijo no hay um metodo o reglas para escribir poemas, apenas deje tu corazón hable... séa apenas el conductor de tu pluma...

- Mas acho que ela não vai aceitar... estamos a um tempo separados e creio que ela não me quer mais. Porque escreveria uma poesia pra ela agora? Ela vai pensar que eu estou a forçando. Não posso mandar no sentimento dela.

- Mira, no sea orgulloso... luche por tu amor... usted no la ama?

- Sim, mas...

- Mas, mas no... my amigo, vamos marche ahora! Mostre a ella que el amor esta acima de cualquier cosa.

- Obrigado, senhor! Acho que tens razão. Não sei se vou conseguir, mas não custa tentar... Me desculpe, mas me aconselhastes até agora e não sei teu nome...

Olhei para o lado e o senhor não estava mais.

Fiquei confuso e olhando para a areia vi escrito: Pablo.

Bem ,fiz como o poeta me aconselhou e aqui está:

“Y ahora que voy hacer?

Si cada recuerdo tuyo me hace llorar

Aquién buscaré auxilio?

Quién escuchara my suplicio?

Púes como um huracán me pusiste al revés

Y me hiciste amar outra vez

Mas no creo que tuviste coraje de dejarme,

Como um perro sin dueño...

Y dejarme creer que...

Todo no paso de um sueño...”

Teus olhos




Lindos pares castanhos

São teus olhos...

Tão distantes

Mas não estranhos

Sinto-os perto de mim

Me observando...

Com uma doçura que não tem fim

Pares de amêndoas

Que enfeitam teu rosto

Iluminam tua face

E me enche de gosto!

Foi-se Agosto!

A Primavera chegou enfim...

E meu desejo é que eles

Façam parte de mim!

Tesouros de inigualável valor

São teus olhos...

Que encheram

meu coração de amor!

Agora não só os vejo

Mas tenho-os guardados em meu coração

E trago-os sempre na lembrança...

Teus lindos olhos...

Que me fizeram ficar sem razão!

Paradoxos

“Destruo…
edifico…
planto, devasto
molho e seco
Paradoxos
Paradigmas…
Reflexos de idéias
Cachoeira de palavras…
palavras
palavras
meras
palavras
às vezes tão perto
às vezes tão distante
sou poeta…
sou maldito
sou poeta
sou bendito
paradoxos
paradigmas
convexo
complexo
concreto…
Liquidifica a dor
vitaminando
as palavras…
e o que sobra
o amor,
a saudade!"

Ouço a chuva cair




OUÇO A CHUVA CAIR

E MINHA ALMA ESTÁ SOZINHA…

LEMBRO-ME BEM QUANDO NOS ENCONTRAMOS

A PRIMEIRA VEZ…

CHOVIA!

SIM, CHOVIA…

ENTÃO LEMBRO QUE

NUMA NOITE COMO ESTA

VOCÊ JÁ FOI MINHA.

(Ouço a Chuva Cair – C. Roppo)