Por Carlos Roppo
Eu tinha uns 13 ou 14 anos, molecão, não lembro bem e, aos Domingos não tinha muito o que fazer, então ia lá pra turma da pracinha perto da Telepar. Morava na R. Carlos Cavalcanti, bem no inicio, ao lado do Passeio Público e chegar até o começo da Manoel Ribas era "osso".
Era só subida, mais ou menos uns dez quarteirões.
Em uma dessas idas aconteceu um episódio engraçado, no meio do caminho conheci um adepto a seita Hare-krishna e me convidou pra conhecer o lugar onde eles se reuniam, era uma casa no meio da avenida.
Não lembro bem mas, se não me engano, ele me convidou pra um jantar conhecer o tipo de alimentação natural que eles serviam e conhecer também o local. Como era camino, e lógico que para não perder uma "boquinha livre", aceitei e fui lá ver como era e, chegando a primeira coisa que fizemos foi comer.
Lembro-me bem do pastelão que serviram, era sem recheio, um verdadeiro "pastel de vento" e detalhe, não usavam talheres e pra eu não estranhar muito me deram uns talheres de plástico. Bem, e ali o meu anfitrião me explicou que na sua religião, não se comia carne e as refeições eram todas naturais.
Após a refeição fui acompanhá-lo até uma sala maior, cheio de cortinas e almofadas e me pediu pra sentar e aguardar (me senti um verdadeiro "sultão", no meio daquelas almofadas todas) porque logo teria um evento.
Logo após, entraram um monte de outros adeptos hare-krishna com instrumentos de percussão e cantando "hare-krishna, hare-krishna, hare, hare, krishna, krishna...", só sei que aquela cantoria toda me assustou e sai correndo dali sem olhar para trás.
Antes de entrar no casarão tive que deixar os sapatos na porta, porque só se entrava descalço, na correria esqueci atés os sapatos.
Quando eu contei aos meus amigos o que aconteceu, eles deram muitas gargalhadas.
Anos mais tarde, descobri que eles não eram nada daquilo que imaginava, são geralmente pessoas pacíficas e que pregam a paz.
Bom, naquele dia, passado o susto, ficou somente a minha cara de bobo em frente aos colegas que se "matavam" de rir.
Voltei pra casa com um par de havaianas emprestadas...